Postado há 7 anos
Por Inês
A dança contemporânea e a autoestima
Hoje resolvi escrever sobre algo que é muito importante para a construção de minha autoestima e bem-estar.
A dança contemporânea.
Quem, quando criança, não sonhou em ser bailarina? Quem, quando criança, não dançou em alguma apresentação da escola?
Sim, eu, como criança cega, também desejei fazer parte desta realidade, mas logo pensava,” não é para mim!”
Eu não me enquadrava dentro dos padrões necessários para dançar!
Porque?
Primeiramente, porque eu” não era perfeita para dançar!”
Aos poucos é que vai se desconstruindo a ideia do corpo perfeito, da silhueta perfeita e dos movimentos padronizados.
Mas, voltando para a minha realidade, eu, por não enxergar, não conseguia acompanhar coreografias, ou ainda ter noção dos movimentos para dançar!
Acontece que a dança está em mim, e minhas irmãs até me ensinavam alguns paços, que eu, seguia metodicamente, mas não era isso! Não! Definitivamente, não era dançar! Pois eu me preocupava, estou fazendo certo!
Sempre gostei de dançar, e até aprendi alguma coisa sobre a dança de salão. E confeço que ainda pretendo me aperfeiçoar nisso.
O fato é que gosto, de samba, gauchesca, marchinha... até mesmo músicas de baladas me motivam a me mexer. E mais uma vez me vem o questionamento: estou fazendo certo?
No entanto, iniciei o meu contato com a dança contemporânea através de um convite da professora Mara, da Associação Catarinense para integração do Cego, e me apaixonei.
Sim, ela veio para arrancar de meu peito todos os medos, e ajudar-me na desconstrução do Certo, perfeito, e dos movimentos decorados e sincronizados.
Ela veio para libertar dentro de mim aquela pessoa que gosta de criar, e agora posso fazer isso com meu corpo.
Através dela descubro meus movimentos, minha harmonia, e descubro também que faço parte deste todo.
Além disso, aprimoro minha percepção do meu corpo, do espaço, do equilíbrio, e sinto-me realizada e feliz!
Inês Berlanda Seidler